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domingo, 26 de setembro de 2010

Não mais escrevo, não mais componho
Não mais dou títulos
Não mais canto
Não mais me encanto
Talvez nunca tenha feito nada disso
Talvez tenha apenas fingido todo esse tempo
Ou me enganado
Se hoje me falta inspiração
Como pôde ela habitar em mim um dia?
Não mais ouço sobre o amor
Não dou conselhos
Não, não ouso falar de poesias
E é assim que nos descobrimos fracos
Quando ao passar por uma tempestade
Não consegue recuperar-se totalmente
Você nunca mais volta para o mar
Cria uma proteção contra ele
Fecha-se em seu quarto seguro e seco
Longe das águas que te banharam, envolveram, te levaram
Você nunca mais quer sequer olhar para ele
Tão distante da maior riqueza que já encontrou
Sim, a fraqueza que não me deixa voltar, nem pra frente andar
Não me deixa tentar
Meus olhos não mais brilham
Deixo entardecer
Deixo escurecer
Pois o outono não vai mais voltar
O recomeço sem recomeçar


Elaine Paulino
Nós padecemos, sim, pois idealizamos
Choramos por não obter o que sonhamos
E não porque perdemos o que amávamos
Sentimos-nos impotentes
Devemos nos lembrar que um sonho não se prende, não se eterniza
Deve-se apenas desejá-lo
Ao longe, sim, bem distante
Como um pássaro a procura do ninho
Muito longe da terra
Atrapalhando-se com as nuvens
Não desvia seu caminho
E tudo parece tão lindo em nossos sonhos
Dias contados, de uma beleza aparente
Nós colocamos nossa alma
E nos entregamos
As tristezas, alegrias
Todas entregues
Em um único vôo
O primeiro, e o último
Não existe uma segunda chance, não para o mesmo sonho
Uma queda fulminante
Quebrando teus ossos
Rasgando tua pele
Arrancando teu coração
E ali no chão, jaz teu sonho
E nunca mais serás quem foi um dia
Toda aquela alegria
Que era só tua
Desmanchando-se em lágrimas


Elaine Paulino
Eu sinto falta de você, eu sinto falta de mim...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Afogando-me nas tentativas de esquecer-te
Matando o pouco de vida que restou
Lembrando ao tentar não lembrar
Gritando ao tentar não chorar
Procurando ao tentar não encontrar

Diga-me, onde estás agora?
Diga-me, onde estão tuas verdades?
Diga-me, para onde foi tanto sentimento?
Ilusão
Armadilhas para um coração

Que não ressuscite o morto para novamente matá-lo
Não digas o que não irá cumprir
Pois um dia tudo irá ruir
Pois um dia tudo se transformará em dor
Não haverá lugar para amor

...

Não há mais força em mim
Não há mais inspiração
Nada sobrou

domingo, 25 de julho de 2010

Quando o amor...


Quando o amor te encontrar
Digas que está ocupado
Que agora não tens tempo para ele
Quando o amor te tocar
Desvie teus olhos
Ignore e ande em outra direção
Quando o amor lhe deixar
Não implores
Seja forte
Siga em frente
Não olhes para trás
Talvez assim sejas frio o bastante
Talvez assim não mais chores
Talvez assim não sofras
Mas saiba
Que sem ele também não poderás voar
Ao lembrar-se dos momentos mais belos de sua existência
Sem ele não poderá sorrir
Ao observar outro sorriso de encontro ao seu
Não poderá descobrir quem és
Ao olhar-se com a visão de outrem
Não conseguirá levantar-se
Quando cair e ao seu redor não houver quem lhe dê a mão
Não poderá cantar
Pois lhe faltarão motivos pra canção
Não poderá escrever versos
Faltará-te inspiração
Não poderá sonhar
Suas noites serão frias na solidão
Então, padecerei eu de amor
Para poder desfrutar de todos seus bens?
Morrerei se preciso for
Para conviver com a felicidade de alguém
Abrigo se achará para minha dor
Em braços de quem me queira bem
Direi quando o amor me sorrir:
- Estou pronta para padecer
Tudo um dia irá fenecer
Mas todas as feridas com um abraço cicatrizarão
Esse é o destino de todo coração


Elaine Paulino

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lições


Chega um momento que você percebe
Que coragem não é cair sem fechar os olhos
E sim se jogar de braços abertos
Braços que livres voam no ar
Braços que não se fecham para proteger a si mesmo
Braços que se abrem para abraçar os que te odeiam
E então você vê que não deve lutar com quem não gosta de ti
Deve apenas entender
Talvez ele (a) apenas precise de sua atenção
E descobre que sua maior luta é contra si mesmo
Travando uma guerra a cada dia
Para superar
Ou se escondendo e se conformando
Será que és capaz de vencer teu orgulho?
Será capaz de negar a si mesmo?
Em um mundo em que acaba se corrompendo
E esquecendo-se de seus verdadeiros valores
Repete frases ditas por outros
A imagem passa a ser o “valor”
O verdadeiro valor se perde por caminhos distantes
Se segura em objetos para se sentir confiante
Coragem para aprender
Coragem para renunciar
Coragem para acreditar
Inconstância e indecisão não são meus defeitos
E sim, usá-los como desculpa para não lutar
Em um momento que devo ser constante, que devo decidir
Viver é aprender a cada dia
Com os detalhes
Com seus erros
Com seus medos
Com quem se ama
Acendendo a chama
De um coração que pulsa, que busca
Algo além da compreensão
Quem foi que disse que pra estar correto precisa ter razão?
Saber, que é preciso unir
Coração, mente, corpo, espírito
Juntos no propósito de olhar
Um olhar que transmita a verdade
Um olhar que veja com igualdade


Elaine Paulino

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Uivo da dor


Não posso defini-lo
É como tentar definir a grandeza do sol
Ou o esplendor da lua
Como tentar contar as estrelas do céu
Ou as lágrimas que derramaste em uma vida

Não posso evitar a dor ao partir
É como morrer lentamente
Passo a passo, rumo ao abismo

Quando se tem vontade de ficar
Mas precisa ir
Deixar os caminhos abertos
Para que o outro seja feliz
Quando existe outro em seu lugar
Onde você deveria estar

O uivo que reflete a agonia
A dor que rasga o peito
Nem mesmo fecho os olhos quando me deito
O medo de vê-lo invade
Tem que acabar agora, não deixarei pra mais tarde

E andando pelas ruas o vejo
Aumentando meu desejo
De estar ao seu lado
Mesmo que seja por um minuto calado

Isso está rasgando meu coração
Nunca foi tão escura a solidão
Minhas lágrimas já não são o bastante
Pra aplacar tanta dor

Você é igual a mim
Como me faz sofrer tanto assim?
Você disse que ficaria tudo bem
Então onde você está?

Não vejo mais o futuro
Não vejo mais nada
Apenas agonizo calada
Uivando de dor
Com a alma despedaçada


By: Elaine Paulino

domingo, 2 de maio de 2010

Hipocrisia


A hipocrisia humana que enoja
Disfarces mal feitos
Máscaras incoerentes
Julgando a aparência
Escondendo-se embaixo de suas capas limpas
Por dentro está a podridão
Como podem endurecer tanto o coração?
Juízes de suas próprias causas
Tolos, julgam em vão
Fazem suas leis
E até tentam te convencer
Para perder sua vez
Palavras bonitas e cultas
Mentiras ocultas
Sendo sempre o centro das atenções
O homem, que ignora as emoções
Falsidade, onde está a verdade?
Mostrar para outros que pode
Impondo suas vontades
Vivendo achando que tem muito
Na verdade não tem nada
Vazios
Não enxergam além do que seus olhos vêem
Do que suas maldades contêm
Ouçam os gritos dos que sofrem
Surdos, só ouvem sua própria voz
São melhores do que nós
Quem vai mudar esse mundo?
Atitudes apregoadas em um submundo
Sigam-me e vejam a porta
Esqueça quem te acusou
Você não está sozinho
Nesse longo caminho
Onde os homens pensam reinar
Você pode acreditar
Existe algo além
Na minha bagagem levo a confiança
Minha esperança
Soando alto
Minha voz que ecoa
Enquanto o tempo voa
Poderosos, quem poderá deter o tempo?
Invejosos, quem se fará como o outro em um momento?
Quem deterá o sol em seu furor?
Não sabem o que é o amor
Por isso canto, grito, explodo
Por isso ignoro pedradas
Levanto meus olhos e sigo pegadas
E eu vejo além
E meu canto vai longe também
Voar apenas voar
Longe da hipocrisia
Onde preciso estar

By: Elaine Paulino

sábado, 1 de maio de 2010

Lembranças


Saudade dos velhos amigos
Costumes antigos, que nunca esqueci
Saudade dos velhos amores
E das belas flores, que não recebi
Saudade de ser uma criança
E da esperança, com que eu cresci
Mas não sinto saudade das velhas dores
E de penar horrores, quando permiti

E me perco
Nessas lembranças
De todas as danças, que eu perdi
Nos olhares desencontrados
Escassos, cansados, não os recebi
E nas várias palavras que eu reprimi

Pássaro que vai e não volta
E quem é que se importa
Com as voltas que a vida dá?
Sempre procurando um ninho
Seguindo sozinho
Tristonho a cantar

Lembra dos tempos de outrora
Quando em uma só hora
Desatinou a chorar
E assim mesmo
Não perdeu o desejo
De um lar encontrar

Pobre passarinho
Não sabe que apenas sozinho
Pode continuar
Levando as suas lembranças
Saudades e esperanças
De quem foi e jamais voltará.


By: Elaine Paulino

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vamos Fugir


Para um lugar onde possamos andar de barco sob águas quase cristalizadas de tão frias.
Um lugar onde a lua esteja tão perto da terra que possamos tocá-la delicadamente.
Onde possamos cantar em harmonia com o rouxinol.
Onde as árvores entendam nosso pedido e nos dê seus frutos sem aguardar o tempo exigido.
Um lugar onde não exista dor nem pranto
Onde reine todo encanto
Um lugar fora do padrão
Totalmente longe da civilização
Um lugar em que todos os animais corram juntos
Onde não exista caça nem caçador
Onde reine o amor
Onde o mar seja nosso berço
E na noite, nas florestas ficar
Com estrelas a nos iluminar
Um lugar onde seja possível voar
Se entregar
Onde os ventos sussurrem segredos
Onde sumam todos os medos
Onde a trilha sonora conte nossas histórias
Onde não contem-se as horas
Onde seja possível escalar as mais altas montanhas
Sem apetrechos
Onde possamos ficar aninhados apenas em nossos beijos
Onde possamos nos aquecer ao redor de grandes fogueiras
Onde reinem nossas maneiras
Sem agonia, invasão ou pressão
Levados apenas pelas batidas do coração.


BY: Elaine Paulino

sábado, 17 de abril de 2010

Contraditória


Porque sou a bozinha
E sou a revoltada
E não sei quem quero ser
Pois as duas eu sou

Uma hora estou controlada
Na outra quero quebrar tudo
Quero que me deixes sozinha
Mas não vá para longe
Surpreenda-me, invada meu mundo
Mas saiba que irei partir

Minhas forças que surgem do interior
Minhas mãos que quebram com ardor
Eu reconstruo, eu junto os pedaços
Para quebrá-los novamente mais tarde

Eu corro, eu fujo
Sim, a garota rebelde
Eu choro, me iludo
Sim, a sonhadora carente

Desejo seu abraço
Mas desejo que me despedaces se preciso for
Só não fique por pena
Não fique por se conformar
Pois eu quero despertar
A raiva, a confusão, a emoção, o amor

Não me peça pra mudar
É assim que sou
Todas as verdades irei lhe dizer
Mesmo que isso deixe meu orgulho no chão
Mas não se engane
Sei me defender
Com minhas armas, com meus gritos
Ou com apenas lágrimas

A contraditória
Estranha, inconstante, rebelde
A sonhadora
Meiga, boa e decente

Sua opinião não vai afastar
A liberdade expressa em meu olhar
Eu me canso, eu desisto
Eu volto, eu insisto

Então me deixe me entregar
Pra você
Assim como sou
Deixe-me te mostrar
Que mesmo assim sei o que é o amor


By: Elaine Paulino

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um ser


Andava só, nos escuros braços da noite
O meu olhar que fora tão sereno um dia, tornou-se voraz
Acostumei-me com a escuridão
Meus olhos se adaptaram
Minhas patas firmes seguiam sem receio
Rumo ao desconhecido
Apenas pelo imenso prazer de seguir
Sem ser acompanhada, sem vozes em meus ouvidos
Nada podia acompanhar-me, nada podia deter-me
Forças que aumentaram após várias tormentas
Minhas presas já a mostra ao menor toque de perigo
Ouvidos atentos
Mente limpa

Um ser, uma escolha, um caminho

Nada poderia ser melhor
Apenas seguir meus instintos
Curar as feridas sozinha
Sem esperar pela regeneração
A natureza que regia
Esqueci as manobras do coração

Até certo dia
Ouvi um uivo distante
E assim era o mais semelhante
Encontrei-me em outro olhar
Poderia eu cair novamente sem me levantar?
Deveria então arriscar?
Escolha que não pude fazer
Outro ser, que não era outro
Um ser que era eu
Com os mesmos olhos
Com a mesma liberdade
Em outro corpo.


By: Elaine Paulino

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Help


O que mais posso dizer que ainda não foi dito?
Onde mais posso errar que já não tenha errado?
Onde mais posso cair?
Aonde irei me acolher?
Diga-me tempo ingrato

Quando as coisas começam a ficar tristes
Lembranças de um lindo início

Tu sabes o que sinto
Toda agonia que transborda meu ser
Toda minha vontade de renascer
Toda fúria acesa em meu peito

Enxergas minha alma
Através de meus olhos já cansados
Não me poupe da dor
Mas deixe o sangue escorrer por dentro

Dias cobertos de futilidades
Apenas clamei por verdades
Lágrimas libertem-se de seu esconderijo
E provem o que eu exijo

Ainda existe vida por debaixo dos escombros
E ainda existe morte lá fora
Existem os que amam
E vivem os que despedaçam

Eu tenho sonhos
E ultimamente tu estás neles
Quando apavorada grito por seu nome
E me abraças bem forte

Esqueço meus medos
Esqueço os erros

Vivo como animal enjaulado
Gritando por socorro
Quem sabe em qualquer aurora venhas me socorrer
Quem sabe no entardecer do dia
Ou nas frias noites que me inundam de melancolia


By: Elaine Paulino

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Hoje não quero escrever poesia, não quero filosofar, não quero falar por códigos, não quero simbolizar.
Talvez seja fácil ser clara, nítida, racional, ou talvez para mim não tenha mais jeito, talvez seja loucura tentar. Mas se eu não tentar como vou saber? Nada de desistir! Foi o que eu aprendi. Está difícil? Não volte atrás, vá até o fim. Só no final saberás se valeu a pena, só no final poderás colher os frutos tão esperados, só no final chegará a conclusão, só no final saberá quem se tornou.
Hoje não quero títulos, não quero fotos, não quero dar nomes a sentimentos, nem dizer com que elemento da natureza eles assemelham-se.
Sim, foi uma noite mal dormida, daquelas que você se revira na cama até por fim levantar-se. Então fiz o mais óbvio, liguei a TV e esperei, pra que o sono chegasse ou para que talvez, sei lá, um raio me atingisse, nunca sei ao certo o que quero, sei que quero algo grande, e algo simples.
Eu sabia que não conseguiria ser assim tão clara, olha o que acabei de dizer “sei que quero algo grande, e algo simples”. Sou mesmo contraditória, extremista, diria até confusa. Sim, muito confusa por sinal.
O mais estranho é que em minha confusão me encontro. Quem mais poderia me organizar? Quem mais poderia dizer que tenho que escolher entre um extremo e outro?
Entre o frio e o calor, escolho o frio. Mas e entre o simples e o complexo? O complexo também não se torna simples para quem entende sua mais sublime mensagem? Não facilita o modo de compreensão? Então não posso escolher.
Eu sou os extremos, isso mesmo, sou a mais doce e a mais amarga, sou o rock n’ roll e a música clássica.
Deixando de lado o “blábláblá” e voltando para meu desabafo “claro”, pois é, era pra ser um desabafo, pelo menos não desisti de tentar fazer-me clara, quem sabe alguém não me encontre em meio a confusão.
Quando acordei a agonia não tinha desaparecido, ela só apertava mais meu peito.
Existem vários motivos para uma pessoa não conseguir dormir, não entendo realmente como geralmente durmo com tantas coisas rondando minha mente. Essa noite as preocupações tinham nomes. Vou figurar esses nomes aqui: Amor, Amizade e Emprego.
Disse coisas para a Amizade, que me fizeram refletir, eu não disse só a ela, aquelas palavras também tinham meu número, era como se falasse de frente ao espelho. Pedi, torci, para que a Amizade entendesse, que não posso ser omissa, que não posso faltar com a verdade, com minhas opiniões, não posso calar-me sempre, e se é preciso ferir para curar, que seja.
Já o Amor, está presente em minha vida, não sai dos meus pensamentos, sim sou boba, ainda sonho, ainda desejo, e almejo por um abraço dele. Não é fácil dormir com aquelas palavras tão perfeitas a soar, nem com aquele rosto tão familiar.
O Emprego, sim esse estava a me apavorar, ser avaliada, ser aprovada, desaprovada. Imprevistos me encontraram, e com tudo tive que lidar.
Ao chegar em casa finalmente pensei ter descanso, quando ainda me sondam sobre uma possível mudança.
Não vêem que me atormentam? Não percebem que talvez aqui seja meu lugar?
Em minhas mãos não se encontra a solução pra todos os problemas, talvez eu tenha mais problemas do que possam imaginar, enquanto tento ser livre e insistem em me aprisionar.
Por isso resolvi de forma clara tentar desabafar, eu precisava correr, meus pensamentos precisavam voar, minha mente precisava se organizar. Sim, eu estou aqui pra gritar, mais uma vez, dizer que dias e dias e dias, eles passam, eles voam, eles correm. Só não voam mais alto que eu, nem correm tão livres, pois mesmo nos dias conturbados encontro a paz para respirar, um minuto apenas, me dêem um minuto só, eu vivo, eu renasço, eu encontro paz, em mim, sim, acredite na paz de dentro, um encontro de sua alma e sua mente. Talvez um dia alguém invente, e assim mais uma vez eu tente, expressar tão claro. Direi sobre meus desabafos, direi sobre a paz, a liberdade, direi sobre a solidão, direi sobre a vida, direi sobre mim.



By: Elaine Paulino

domingo, 4 de abril de 2010

A Paz que inunda


Eu o vi surgindo
Veio de tão longe
E eu pude senti-lo

A brisa que tocava seus cabelos
O sol que iluminava seu olhar
Instinto livre
Alma completa

Senti tanta paz
Finalmente pude fechar os olhos e me entregar
Já não havia medo, não havia dor
Eu já não sabia que hora os ponteiros do relógio acusavam

Eu somente senti
Eu apenas olhei
Não precisei dizer
Não precisei fingir

Não podia ser tão real
Não podia existir algo assim
Ilusões de minha mente fértil?
Reflexo do que eu sonhei?

A paz só me inundava mais
Como um rio correndo dentro de mim
E eu apenas deixei, eu não lutei

Qual a verdade agora?
Onde está o engano?
Onde a ilusão mistura-se com a realidade
Os sonhos transformam-se em verdade
A vida revela sua magia

Olhei para o horizonte
Soube que a tormenta já havia passado
Meus pensamentos novamente organizados
Ou totalmente embaralhados

Quanto mais me acho, mais me perco
Acordo pra um novo dia
Onde não há o que temer
Deixo a tristeza escorrer
Por debaixo da porta ela se vai
Com cicatrizes do passado que não terei mais de cuidar
Hoje sei onde me encontrar, me revelar, me deixar amar


By: Elaine Paulino

segunda-feira, 29 de março de 2010

Escuridão


A escuridão novamente cai
A noite grita
E meus ouvidos não querem mais escutar
Está tudo tão longe
As dores, os amores, as lembranças

Até onde posso tocar?
Posso chagar até seu coração?
Posso lhe pedir que seja pra sempre?
Não! Eu nunca pude
Não! Eu nunca tive

Palavras que o vento levou
Pessoas que minha mente gravou
Onde estão? Podem me ouvir agora?
O que levaram? O que deixaram?

Cidade tola e cheia
Rodeada de incertezas
Me traz pessoas, as leva
Toda dor da saudade me partindo

Sim, estou ao meio
Porque estão longe?
Rostos que não poderei ver
Olhares que não poderei trocar

Toda preocupação me invadindo
Estou vivendo ou estou partindo?
E sou tão feliz, à sorrir como menina
E sou tão triste, desesperando-me por sentir-me mulher

Ouçam meus gritos
Sim, são uivos
Arranquem o coração
Numa única expressão

Não podes me encontrar
Não podes me sentir
Então deixe-me partir
Eu vou viver
E não mais esquecer

Eu vou torcer
Pela felicidade tão esperada
Vou agonizar calada
Sua dor fez-se minha
Não existe mais passado, nem presente, nem futuro
Apenas um ser tentando esquecer esse mundo


By: Elaine Paulino

Beijos


Não quero beijos roubados
Nem mesmo implorados
Quero entrega, quero um todo
Quero sussurros de acordo

Não quero beijar uma imagem
Quero beijar uma alma
Quero tocar a essência
Com apenas um olhar
Simplesmente admirar

Não quero acreditar no que vejo
Quero viver o que sinto
E ver em outrem
Minha imagem sem engano
Oh quanto padeço esperando

Quero o beijo que aguardei uma vida
Quero o olhar que desnude
Que invada os pensamentos
Que encontre as virtudes

Quero beijos que o vento não leve
Que a chuva não aplaque

Quero beijos de sol
Pra derreter todo medo

Quero beijos de lua
Pra desvendar todos os segredos

Quero beijos do campo
Que corram livres e contentes

Quero beijos de mar
Que me arrastem para o fundo de meus desejos

Quero mais que tudo
Olhar, sentir, tocar, beijar
A inteligência, a sensibilidade, a essência, a liberdade

A vida vivida por outro
Encaixando-se na minha
Como fortes traços
De uma mesma linha



By: Elaine Paulino

domingo, 28 de março de 2010

She Wolf


Um lobo sonha
Um lobo luta
Um lobo conquista

Um lobo é solitário por opção
Um lobo não pode ser domesticado
É selvagem e livre por natureza

Todas as noites que se passaram
E ela continuou uivando
Tão agudo, alto e profundo
Um uivo de rendição
Aprendeu a caçar com sua própria força
A se livrar das armadilhas do ser humano cruel
Aprendeu a compartilhar quando passou por diversas matilhas
Aprendeu a respeitar seu inimigo, mas nunca fugir de uma luta
Decidiu viver só
Seguiu seu caminho pelas florestas escuras
E correu
Aprendeu a não se esconder
E mostrando seus dentes afiados adquiriu respeito
Acostumou-se a calar e apenas seguir seus instintos
E novamente uivar quando necessário
Tanta tempestade suportou
Ergueu seus olhos e se apaixonou pela lua que também vivia sozinha
Presenciou muitas alvoradas
Subira nas mais altas montanhas
Habitou em cavernas
Derrotou o medo
Fez-se forte quando era fraca
Apenas aceitou sua natureza
Pois assim iria viver
Para sempre
Sem nunca se entregar

Não se pode entender um lobo, a menos que seja um

sábado, 27 de março de 2010

Onde foi que lhe encontrei?


Nos longínquos caminhos até o monte
No silêncio brando da alvorada
Nos ventos impetuosos antes da tempestade
Nas gotas de chuva que percorrem a face

Cada despedida que me vale um reencontro
Agarro-me em quem tú és
Para esquecer-me de quem sou
Deixo a noite cair sobre nós
Para que torne as palavras num encantamento eterno

Não jures ó querido, não prometas
Nem mesmo seja meu, como espero que sejas
Viva, como o sol que perdura
Corra, como os lobos selvagens

Só não vá para tão longe
Deixe que meus pensamentos consigam lhe alcançar
Permita-me viver a imaginar onde andarás
Calo-me com apenas o pouco que podes me dar

Achei-te perdido nos meus sonhos
Lutando para não mais sonhar
Achei-te escondido em meu sorriso
Impedindo as lágrimas do meu ser dominar

Não lhe prometo o eterno
Mas garanto-lhe o perfeito
Encontrei-lhe em meio aos meus pedaços
Sim, encontre-lhe dentro de mim


By: Elaine Paulino

quinta-feira, 25 de março de 2010

O Grito


Ouve-se um tanger
Que ecoa pela vasta cidade
Aninha-se embaixo dos carros
Chega aos mais altos edifícios

- Seja a forma mais nítida da perfeição
- Seja a primeira flor a se abrir
- Seja o olhar de compaixão, mas vista-se do manto da justiça
- Não sejas impassível aos horrores

Lágrimas escorrem em sua face
Gritos que não pode ignorar
Sua face nua
Agora arde com o fogo da verdade

Em um segundo
A voz muda de lugar
Rondando-a num indo e vindo infinito
Quando começa a ecoar em bom som

- Esqueça teus mais preciosos bens
- O que queres além dos prazeres reais?
- Que fazes de tua curta vida?
- Viva agora e faça o que queres

Quem há que poderá cala-los?
Gritos ensurdecedores e mortais
Cortam sua pele atingindo sua alma
Arranca-lhe a paz

Sua consciência lhe diz
Pra onde deves seguir
As vezes pretendes não ouvir
E o grito perfura suas armaduras

Um grito de desespero
Onde reinam a confusão e a indecisão
Não podes negar quem é
Apenas podes escolher a qual grito queres obedecer.


By: Elaine Paulino

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pequena Menina


A vida renova-se dentro de seus instrumentos viventes
Uma nova manhã vem surgindo
A pequena menina deixa de observar pela janela
E mergulha no mar de acontecimentos

As pinturas ganham movimentos
Os personagens trocam de cenário
E lhes é inserida uma imagem real

Olhem, a vida surgindo
Finalmente a menina pode senti-la e não apenas vê-la
Ela protagoniza a grande história

Ela sente o chão sob seus pés
E as emoções que lhe afloram;
Ouvindo um solo bem tocado
Encontra-se ao perder-se

Sente as forças voltarem
Como um vento impetuoso
Entende que esse era o chamado para acordar

A pequena menina pode ser vista
E olhando em seu espelho
Orgulha-se da nova imagem que se reflete.

Mundo Gélido


Estava sempre sozinha
Em seu gélido mundo particular
Os muros se estendiam cada vez mais
Os minutos se arrastavam
Como ondas que a puxavam para o fundo
Submergindo, desaparecendo
Esquecendo como se respira, esquecendo como se sente
Uma chuva de pensamentos que não pode controlar
Eles escapam tão fácilmente de suas mãos
Como livres pássaros em rumo da total liberdade
Atingindo todos os seus sentidos
Girando e girando ao vento
O mar, e o céu
Tão diferentes e distantes
Mais ainda assim, abrigam os seres mais livres
São imensos e donos de uma beleza inigualável
Os corajosos que olham de perto
Nunca se esquecem do primeiro mergulho, nem o primeiro vôo
Liberdade, liberdade
Onde se escondes?
Solidão por qual motivo me persegues?
Um mundo surreal
Onde ela vive ninguém pode chegar
Ela é vista ao longe
Escala as grandes montanhas
Corre pelas florestas
Não teme mais a escuridão
Grita em silêncio
Pede socorro
Mas ninguém pode ouvi-la
Pois ninguém pode entrar em seu mundo
Ninguém forte o bastante, nem sensível o bastante
Ninguém paciênte o bastante, nem sonhador o bastante
Apenas as melodias podem acompanhá-la
As mais magestosas e sublimes
Num desenrolar infinito de tons e notas
Tão doces e gentis
Como um beijo imaginado
Então segue só
Em seu mundo, seu gélido mundo.


By: Elaine Paulino

quinta-feira, 18 de março de 2010

Chuva


Ao olhar as gotas caindo
Molhando a quem quer que esteja desprevenido
Lavando dentro e fora
Levando coisas embora

Chuva forte que cai
Como um rio inundando meu ser
Me envolve em suas águas
Me fazendo renascer
Leva a tristeza
Traz a esperança
Me toca com ousadia
Me faz sorrir mesmo em agonia

Percebo que já não posso evitar de sentir
Essas gotas que percorrem dos meus olhos ao meu coração

A chuva então se vai
O céu se abre e sorri
Mas aquelas águas não param de correr dentro de mim

Se foi após inundar a mim
Olho o lindo céu azul
E peço para que traga de volta aquela chuva
Pra que aquela torrente me tome novamente
Pra que a tormenta acabe de desordenar o que começou


By: Elaine Paulino

O Tempo, Os Sonhos e a Solidão


Uma leve brisa acaricia a face dos apaixonados
Seguida de uma tempestade que inunda seus pensamentos.
Os jovens se divertem em suas noites que pensam não ter mais fim
Enquanto os de mais idade se preocupam com o futuro de seus filhos.
O tempo que parece tudo guiar
O tempo que faz tudo girar
E ao perder-me nesse tempo
Nem sei se vivo agora ou se do passado me alimento
Não sei se vejo a realidade
Ou se apenas com a ilusão me contento
Dúvidas que me perseguem
Sonhos que escapam de meus dedos
E também sonhos de uma noite inteira
Sonhos que tenho com os olhos abertos
Quando enfim me deparo com ela
A mais nobre amiga, aliada muitas vezes
E em noites frias a pior inimiga
Minha doce solidão
Que me cerca, me envolve, me leva pra tão longe
Que as vezes penso em não voltar
Me ensina sobre a estranha perdida em um mundo colorido
Ou seria esse mundo preto e branco?
Talvez esses olhos não tenham sido feitos para ver como vêem os outros
Talvez tenha sido feita para voar contra o tempo
Correr de encontro aos sonhos
E sorrir para a solidão.


By: Elaine Paulino

quarta-feira, 17 de março de 2010

Quem eu sou


Nem mesmo todas as páginas de um extenso livro poderiam detalhar tudo que vivi
Vi muralhas se erguerem a minha frente
Cai num abismo sem fim
Mergulhei no mar das ilusões
Esqueci quem eu devia amar
Errei onde garanti que nunca iria errar
Abandonei o que eu devia guardar
Permaneci na escuridão
E como cego andei
AH! Como me fizeram falta as grandes luzes dos astros
O SOL que um dia iluminou meu rosto
A LUA que um dia ouviu meus segredos
Sim, eu morri
Sim, eu queria me afogar
E quando as cortinas do palco foram baixadas
Acordei ao ouvir um grande som
Que vinha de dentro, e ao mesmo tempo me pareceu vir de longe
Onde está a escuridão?
Foi levada para longe do meu olhar
A estrela voltou a brilhar
A esperança voltou a reinar
Tudo se tornou paixão em mim
Os maiores sonhos são meus
Aqueles que muitos não se permitem sonhar
Os mais irreais, os longínquos
A menina que se entrega no olhar
A mulher que admite que errou
Nem todos os textos e poesias podem expressar a dor, o amor
Nada é capaz de me definir, me prender
A mudança faz parte de quem sou
E a liberdade me traz a felicidade
Voar para longe para me encontrar
Perder-me, sem pensar
Livre em meus sonhos, aprisionada por meus medos
Simplesmente aprendi que é preciso viver um dia de cada vez
Subindo as escadas devagar, não se pode ter tanta pressa pra chegar
De todos os males que vivi
Aprendi
Que meu maior desafio consiste em vencer meu próprio eu
E assim meu sorriso será o presente para os que me amam
E a derrota dos que me aborrecem.


BY: Elaine Paulino

Wolf


O olhar que se perde ao mirar a lua
O uivo da dor e da saudade
O desespero de estar só
Tão longe de quem sua alma acolheu
Apenas uma palavra, sem um adeus
Tão perto e tão distante
Agonia trazida pela noite
Regada pelas gotas de chuva em seu corpo
Correndo sem rumo
Para tão longe
Onde se sinta livre
Mas nunca poderá deixar de olhar
Sua companheira
A adorável tão brilhante
Que encanta a qualquer ser
Mas apenas um pode entendê-la e admira-la com maior ardor
Aquele cujo coração fora arrancado
E sua dor permanece ali calada
Liberta apenas por seus uivos incessantes
Ela então se vai ao amanhecer
E ele continua sua caminhada solitária
Sua corrida em meio às árvores verdejantes
Esperando que a noite volte
Para novamente explodir seu lamento.

By: Elaine Paulino

segunda-feira, 15 de março de 2010

Eu só quero ficar com ele

É tão fácil ficar com ele...
As horas não importam, é como se o tempo estivesse paralisado, e quando volto para a "realidade" percebo que estive "fora" por horas e horas.
É tão fácil ficar envolvida em seu mundo, em sua forma de agir, de pensar, tão simples entender suas atitudes.
O personagem mais real e incrível que já conheci.
Quando estou com ele não sinto vontade de voltar. Posso sorrir e chorar sozinha, sem que essas emoções sejam provocadas por algo ruim e confuso da minha vida. Ele é o centro das atenções, dos meus pensamentos, das minhas reações, e não eu mesma e as decisões que preciso tomar.
É tão bom quanto deve ser pular de asa-delta ou pára-quedas. Somente o vento e a liberdade importam, nada mais de sua vida para se pensar, não há tempo, não há espaço para essas coisas, quando se é livre não precisa se preocupar com o que irá se prender.
Talvez eu pense como ele, apenas sair, correr, fugir, seguir os instintos... Sem precisar voltar, sem ter que lidar com a dor.

By: Elaine Paulino

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Jacob Stories - Part1

Quando será que Bella irá parar com essa besteira?
Isso tudo é apenas cuidado ou existe um pouco de ciúme nisso?
Nem mesmo o san... Edward me proibiria tanto de sair com Nessie, ele até diz “Jacob faz bem para ela, dê um espaço para eles Bella.”
Mas ela com aquela teimosia toda insiste em nos manter afastados.
E o pior de tudo isso é que nem mesmo assim, na forma de lobo consigo esquecer isso. Antes era tão fácil correr por aí e simplesmente deixar a natureza falar mais alto, mas realmente me importo com o que Nessie estará fazendo agora.
Mas que droga! Pra piorar fico me lembrando de ontem à tarde, porque diabos aquilo tinha que acontecer? Eu já tenho coisas demais para me preocupar.
Era só mais uma tarde na garagem de casa arrumando o novo presentinho que Edward me deu, do nada Leah chega toda apavorada com toda aquela história do casamento de Sam e Emily, eu realmente achava que ela tinha superado isso.

-Eu decidi que não quero ficar mais sozinha Jacob, e sei que podemos ficar juntos, nós nos entendemos e, bem, eu... Não consigo parar de pensar em você, todos já sabem, eu preciso de você.

- Mas do que você está falando? – foi a única coisa que eu consegui dizer antes que ela me atacasse.

Aquilo não foi um beijo, foi mais uma “coisa” desesperada, e eu não consegui me livrar dela, porque no fundo senti pena.
Será que foi isso que Bella sentiu da primeira vez que a beijei? Mais porque estou pensando nisso? Isso não importa!
Acho melhor voltar a forma humana se não quiser que toda a matilha saiba o que Leah fez. Acho que não vai ser nada confortável ver aqueles olhares nos recriminando.
Será que ela não percebe que não podemos fugir de um imprinting?
Às vezes esqueço como é andar sobre duas pernas, é tão fácil ser lobo, se não fosse essa coisa de todos conseguirem ouvir o que penso.
Cheguei em casa e Billy estava me esperando na soleira , acho que ele ainda tem medo que eu decida nunca mais voltar, viver na floresta pra sempre, não posso negar que sempre tenho essa vontade, mas agora não posso mais viver sem Nessie, mesmo que Bella faça de tudo pra nos separar.
Depois de entrar tomei a decisão mais difícil, na verdade não foi tão difícil assim porque era o que eu queria, só que ultimamente tento controlar essas minhas vontades.
Coloquei minha camisa com gola V branca e colada e calça jeans preta que Alice tinha me dado e fui direto pro meu jeep grand cherokee preto que Edward me deu pra concertar, ele finalmente estava pronto e ficou legal demais.
Assim que estacionei, quer dizer, assim que parei o carro na calçada do colégio, vi Nessie com o idiota loiro do lado, ele estava babando em cima dela, e ela conversando com ele educadamente.
Esse cara realmente me irritava, ele era meio alto, cabelos dourados, olhos azuis, parecia mesmo um príncipe daqueles filmes que eu via na TV, e todas as colegas de Nessie morriam por ele.
Fiquei ali olhando pra ela por um tempo, ela era tão linda que não tem nem como definir, foi então que percebi que todos ao meu redor estavam parados me olhando, e via um olhar curioso das meninas, pela primeira vez não parecia um olhar de medo, pelo menino alto e forte que eu era, mas sim um olhar de admiração. Será que aquelas roupas que Alice me dera faziam milagres?
Quando Nessie me viu correu pros meus braços como se um imã a puxasse para mim.


By: Elaine Paulino