
Andava só, nos escuros braços da noite
O meu olhar que fora tão sereno um dia, tornou-se voraz
Acostumei-me com a escuridão
Meus olhos se adaptaram
Minhas patas firmes seguiam sem receio
Rumo ao desconhecido
Apenas pelo imenso prazer de seguir
Sem ser acompanhada, sem vozes em meus ouvidos
Nada podia acompanhar-me, nada podia deter-me
Forças que aumentaram após várias tormentas
Minhas presas já a mostra ao menor toque de perigo
Ouvidos atentos
Mente limpa
Um ser, uma escolha, um caminho
Nada poderia ser melhor
Apenas seguir meus instintos
Curar as feridas sozinha
Sem esperar pela regeneração
A natureza que regia
Esqueci as manobras do coração
Até certo dia
Ouvi um uivo distante
E assim era o mais semelhante
Encontrei-me em outro olhar
Poderia eu cair novamente sem me levantar?
Deveria então arriscar?
Escolha que não pude fazer
Outro ser, que não era outro
Um ser que era eu
Com os mesmos olhos
Com a mesma liberdade
Em outro corpo.
By: Elaine Paulino
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