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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Louca lembrança



Mergulhando novamente pra esse mundo que é você
Arrastando-me loucamente nessas lembranças
Procurando qualquer vestígio, retrato, sorriso
De uma época em que enlouqueci
E eu sempre tentei arrancar-te de dentro de mim
E me voltas tu com palavras doces
E afundo-me na minha confusão
De querer estar em seus braços ao menos por um momento
De ser sua tão pouco, no eterno do pensamento
Preciso me libertar dessa tortura que é você
Um vício, um mal, como pode assim ser?
Então me leve pra qualquer lugar
Para as profundezas desse teu olhar
Em um só momento, quero me entregar
Saber que até você consegui chegar
Um passado que não teve fim
Como posso desejar-te tanto assim?
Colocar um fim, pra que fiques longe de mim
Ela era tão sonhadora e tão revoltada
Ela achava que poderia mudar o mundo
Ela achava que poderia mudar as pessoas
Era tão iludida
Forçada a ser tão madura
Era preciso entender a todos, era preciso saber dos assuntos de “gente grande”
Sua infância roubada, seus sonhos manchados
Enquanto observava da janela, desejando ter uma família feliz
Ela lutava contra si mesma, a vida inteira
Tinha que ser perfeita, tinha que ser melhor
Tantas lágrimas jogadas ao vento
Tanta solidão, tanta angústia
Um dia ela percebeu que não precisava viver assim
Que existia algo dentro dela que não a fazia melhor, nem pior
Ela era igual, mas nem tão igual assim
Era livre, tanto quanto um animal selvagem
Ela podia ser livre de seus medos, de suas dores, de seus amores
Não precisava se martirizar por seus erros
Estava completa em si mesma
Podia dormir tranqüila, podia cantar, até arriscar dançar
Não precisava mais falar, podia calar-se
Esse silêncio intenso que fala por ela
Esse cheiro de liberdade
Essa alma jovem e cansada
Podia fechar os olhos, nada ver
Apenas deixar amanhecer.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

É isso




Mais uma vez dou um passo rumo à liberdade
Mais uma vez despeço-me
Com o coração sangrando, mas com a cabeça erguida
Não posso prender-me a essa gaiola em que você me colocou
Por algum tempo me senti segura lá
Pois lá eu não precisava lutar, não precisava enfrentar meus medos
Mas veja bem, eu não preciso tanto assim de você
Eu prefiro lutar, eu prefiro sofrer, eu prefiro sangrar
Do que ser um animalzinho domesticado
Esperando por um minuto de atenção
Pois é, sou livre o bastante para colocar um fim
Sou forte o bastante para viver assim
O que mais me dói é saber, que você viverá muito bem mesmo que eu não esteja ao seu lado
Então vá ouvir o que você quer
Pois as minhas palavras nunca fizeram sentido algum pra você
E o que adianta o tanto falar, quando seus ouvintes nada entendem?
Calo-me hoje e deixo-me fazer entender pelo meu silêncio
E dane-se se não entendem tanta poesia
Acho pouco, eu quero é me aprofundar mais no que não podem entender
Fiquem com sua superficialidade
Enquanto me jogo no oculto do coração
Afinal, que graça acharei em dizer o que todos dizem?
Os que me cercam que se esforcem para me acompanhar
E se não me acompanham, me deixem seguir em paz.

Ela



Ao vê-la chorar
O que poderia eu pensar?
Que palavras poderia eu pronunciar?
Ela sempre foi tão forte
Ela sempre foi tão bela
Quanto tempo se passou
Quanto eu desejei estar para sempre em seus braços
O quanto eu me vi naquele olhar, naquelas palavras
O que eu não faria para poupar seu sofrimento?
Eu nunca fiz nada
Quantas dores ela passou, o quanto a humilharam
Quanta magoa eu guardei
E agora nada mais faz sentido
Ao ver suas lágrimas e coração partido
O quanto a amei, eu nunca falei
Eu disse o quanto sofri, o quanto senti sua falta
Não disse que ela era tudo pra mim
Não disse que sua força me fez forte
Não disse que me orgulho dela
Palavras nunca ditas, atos nunca consumados
Quanto mais se ama, mais difícil fica de se expressar
Quem te colocou no mundo
Quem pra sempre vai te amar
Essas lições que leva nos traços marcados em seu semblante
Um amor infindável, algo incomparável
Espero um dia poder te fazer entender, que eu faria tudo por você.

De volta

É tão bom voltar

Encontrar vestígios meus

De quem fui, de quem sou, de quem serei

Relembrar dos fantasmas

Das minhas dores, dos meus amores

Ver minhas fraquezas tão expostas

Minha força adquirida no caos

Voltando vi o que já vivi

A experiência que me trouxe até aqui

Tantos medos que foram embora

Dúvidas que me consumiam outrora

Hoje sou mais livre, hoje sou menos confusão

Hoje sou mais calma, menos ilusão

Tão envelhecida nas poeiras do tempo

Quão gratificante ver tantos momentos

Olhar com maturidade, sem dor no coração

Apenas continuar a canção

Seguir no rumo certo, sem contradição