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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Uivo da dor


Não posso defini-lo
É como tentar definir a grandeza do sol
Ou o esplendor da lua
Como tentar contar as estrelas do céu
Ou as lágrimas que derramaste em uma vida

Não posso evitar a dor ao partir
É como morrer lentamente
Passo a passo, rumo ao abismo

Quando se tem vontade de ficar
Mas precisa ir
Deixar os caminhos abertos
Para que o outro seja feliz
Quando existe outro em seu lugar
Onde você deveria estar

O uivo que reflete a agonia
A dor que rasga o peito
Nem mesmo fecho os olhos quando me deito
O medo de vê-lo invade
Tem que acabar agora, não deixarei pra mais tarde

E andando pelas ruas o vejo
Aumentando meu desejo
De estar ao seu lado
Mesmo que seja por um minuto calado

Isso está rasgando meu coração
Nunca foi tão escura a solidão
Minhas lágrimas já não são o bastante
Pra aplacar tanta dor

Você é igual a mim
Como me faz sofrer tanto assim?
Você disse que ficaria tudo bem
Então onde você está?

Não vejo mais o futuro
Não vejo mais nada
Apenas agonizo calada
Uivando de dor
Com a alma despedaçada


By: Elaine Paulino

domingo, 2 de maio de 2010

Hipocrisia


A hipocrisia humana que enoja
Disfarces mal feitos
Máscaras incoerentes
Julgando a aparência
Escondendo-se embaixo de suas capas limpas
Por dentro está a podridão
Como podem endurecer tanto o coração?
Juízes de suas próprias causas
Tolos, julgam em vão
Fazem suas leis
E até tentam te convencer
Para perder sua vez
Palavras bonitas e cultas
Mentiras ocultas
Sendo sempre o centro das atenções
O homem, que ignora as emoções
Falsidade, onde está a verdade?
Mostrar para outros que pode
Impondo suas vontades
Vivendo achando que tem muito
Na verdade não tem nada
Vazios
Não enxergam além do que seus olhos vêem
Do que suas maldades contêm
Ouçam os gritos dos que sofrem
Surdos, só ouvem sua própria voz
São melhores do que nós
Quem vai mudar esse mundo?
Atitudes apregoadas em um submundo
Sigam-me e vejam a porta
Esqueça quem te acusou
Você não está sozinho
Nesse longo caminho
Onde os homens pensam reinar
Você pode acreditar
Existe algo além
Na minha bagagem levo a confiança
Minha esperança
Soando alto
Minha voz que ecoa
Enquanto o tempo voa
Poderosos, quem poderá deter o tempo?
Invejosos, quem se fará como o outro em um momento?
Quem deterá o sol em seu furor?
Não sabem o que é o amor
Por isso canto, grito, explodo
Por isso ignoro pedradas
Levanto meus olhos e sigo pegadas
E eu vejo além
E meu canto vai longe também
Voar apenas voar
Longe da hipocrisia
Onde preciso estar

By: Elaine Paulino

sábado, 1 de maio de 2010

Lembranças


Saudade dos velhos amigos
Costumes antigos, que nunca esqueci
Saudade dos velhos amores
E das belas flores, que não recebi
Saudade de ser uma criança
E da esperança, com que eu cresci
Mas não sinto saudade das velhas dores
E de penar horrores, quando permiti

E me perco
Nessas lembranças
De todas as danças, que eu perdi
Nos olhares desencontrados
Escassos, cansados, não os recebi
E nas várias palavras que eu reprimi

Pássaro que vai e não volta
E quem é que se importa
Com as voltas que a vida dá?
Sempre procurando um ninho
Seguindo sozinho
Tristonho a cantar

Lembra dos tempos de outrora
Quando em uma só hora
Desatinou a chorar
E assim mesmo
Não perdeu o desejo
De um lar encontrar

Pobre passarinho
Não sabe que apenas sozinho
Pode continuar
Levando as suas lembranças
Saudades e esperanças
De quem foi e jamais voltará.


By: Elaine Paulino