Páginas

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Hoje não quero escrever poesia, não quero filosofar, não quero falar por códigos, não quero simbolizar.
Talvez seja fácil ser clara, nítida, racional, ou talvez para mim não tenha mais jeito, talvez seja loucura tentar. Mas se eu não tentar como vou saber? Nada de desistir! Foi o que eu aprendi. Está difícil? Não volte atrás, vá até o fim. Só no final saberás se valeu a pena, só no final poderás colher os frutos tão esperados, só no final chegará a conclusão, só no final saberá quem se tornou.
Hoje não quero títulos, não quero fotos, não quero dar nomes a sentimentos, nem dizer com que elemento da natureza eles assemelham-se.
Sim, foi uma noite mal dormida, daquelas que você se revira na cama até por fim levantar-se. Então fiz o mais óbvio, liguei a TV e esperei, pra que o sono chegasse ou para que talvez, sei lá, um raio me atingisse, nunca sei ao certo o que quero, sei que quero algo grande, e algo simples.
Eu sabia que não conseguiria ser assim tão clara, olha o que acabei de dizer “sei que quero algo grande, e algo simples”. Sou mesmo contraditória, extremista, diria até confusa. Sim, muito confusa por sinal.
O mais estranho é que em minha confusão me encontro. Quem mais poderia me organizar? Quem mais poderia dizer que tenho que escolher entre um extremo e outro?
Entre o frio e o calor, escolho o frio. Mas e entre o simples e o complexo? O complexo também não se torna simples para quem entende sua mais sublime mensagem? Não facilita o modo de compreensão? Então não posso escolher.
Eu sou os extremos, isso mesmo, sou a mais doce e a mais amarga, sou o rock n’ roll e a música clássica.
Deixando de lado o “blábláblá” e voltando para meu desabafo “claro”, pois é, era pra ser um desabafo, pelo menos não desisti de tentar fazer-me clara, quem sabe alguém não me encontre em meio a confusão.
Quando acordei a agonia não tinha desaparecido, ela só apertava mais meu peito.
Existem vários motivos para uma pessoa não conseguir dormir, não entendo realmente como geralmente durmo com tantas coisas rondando minha mente. Essa noite as preocupações tinham nomes. Vou figurar esses nomes aqui: Amor, Amizade e Emprego.
Disse coisas para a Amizade, que me fizeram refletir, eu não disse só a ela, aquelas palavras também tinham meu número, era como se falasse de frente ao espelho. Pedi, torci, para que a Amizade entendesse, que não posso ser omissa, que não posso faltar com a verdade, com minhas opiniões, não posso calar-me sempre, e se é preciso ferir para curar, que seja.
Já o Amor, está presente em minha vida, não sai dos meus pensamentos, sim sou boba, ainda sonho, ainda desejo, e almejo por um abraço dele. Não é fácil dormir com aquelas palavras tão perfeitas a soar, nem com aquele rosto tão familiar.
O Emprego, sim esse estava a me apavorar, ser avaliada, ser aprovada, desaprovada. Imprevistos me encontraram, e com tudo tive que lidar.
Ao chegar em casa finalmente pensei ter descanso, quando ainda me sondam sobre uma possível mudança.
Não vêem que me atormentam? Não percebem que talvez aqui seja meu lugar?
Em minhas mãos não se encontra a solução pra todos os problemas, talvez eu tenha mais problemas do que possam imaginar, enquanto tento ser livre e insistem em me aprisionar.
Por isso resolvi de forma clara tentar desabafar, eu precisava correr, meus pensamentos precisavam voar, minha mente precisava se organizar. Sim, eu estou aqui pra gritar, mais uma vez, dizer que dias e dias e dias, eles passam, eles voam, eles correm. Só não voam mais alto que eu, nem correm tão livres, pois mesmo nos dias conturbados encontro a paz para respirar, um minuto apenas, me dêem um minuto só, eu vivo, eu renasço, eu encontro paz, em mim, sim, acredite na paz de dentro, um encontro de sua alma e sua mente. Talvez um dia alguém invente, e assim mais uma vez eu tente, expressar tão claro. Direi sobre meus desabafos, direi sobre a paz, a liberdade, direi sobre a solidão, direi sobre a vida, direi sobre mim.



By: Elaine Paulino

Nenhum comentário:

Postar um comentário