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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vamos Fugir


Para um lugar onde possamos andar de barco sob águas quase cristalizadas de tão frias.
Um lugar onde a lua esteja tão perto da terra que possamos tocá-la delicadamente.
Onde possamos cantar em harmonia com o rouxinol.
Onde as árvores entendam nosso pedido e nos dê seus frutos sem aguardar o tempo exigido.
Um lugar onde não exista dor nem pranto
Onde reine todo encanto
Um lugar fora do padrão
Totalmente longe da civilização
Um lugar em que todos os animais corram juntos
Onde não exista caça nem caçador
Onde reine o amor
Onde o mar seja nosso berço
E na noite, nas florestas ficar
Com estrelas a nos iluminar
Um lugar onde seja possível voar
Se entregar
Onde os ventos sussurrem segredos
Onde sumam todos os medos
Onde a trilha sonora conte nossas histórias
Onde não contem-se as horas
Onde seja possível escalar as mais altas montanhas
Sem apetrechos
Onde possamos ficar aninhados apenas em nossos beijos
Onde possamos nos aquecer ao redor de grandes fogueiras
Onde reinem nossas maneiras
Sem agonia, invasão ou pressão
Levados apenas pelas batidas do coração.


BY: Elaine Paulino

sábado, 17 de abril de 2010

Contraditória


Porque sou a bozinha
E sou a revoltada
E não sei quem quero ser
Pois as duas eu sou

Uma hora estou controlada
Na outra quero quebrar tudo
Quero que me deixes sozinha
Mas não vá para longe
Surpreenda-me, invada meu mundo
Mas saiba que irei partir

Minhas forças que surgem do interior
Minhas mãos que quebram com ardor
Eu reconstruo, eu junto os pedaços
Para quebrá-los novamente mais tarde

Eu corro, eu fujo
Sim, a garota rebelde
Eu choro, me iludo
Sim, a sonhadora carente

Desejo seu abraço
Mas desejo que me despedaces se preciso for
Só não fique por pena
Não fique por se conformar
Pois eu quero despertar
A raiva, a confusão, a emoção, o amor

Não me peça pra mudar
É assim que sou
Todas as verdades irei lhe dizer
Mesmo que isso deixe meu orgulho no chão
Mas não se engane
Sei me defender
Com minhas armas, com meus gritos
Ou com apenas lágrimas

A contraditória
Estranha, inconstante, rebelde
A sonhadora
Meiga, boa e decente

Sua opinião não vai afastar
A liberdade expressa em meu olhar
Eu me canso, eu desisto
Eu volto, eu insisto

Então me deixe me entregar
Pra você
Assim como sou
Deixe-me te mostrar
Que mesmo assim sei o que é o amor


By: Elaine Paulino

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um ser


Andava só, nos escuros braços da noite
O meu olhar que fora tão sereno um dia, tornou-se voraz
Acostumei-me com a escuridão
Meus olhos se adaptaram
Minhas patas firmes seguiam sem receio
Rumo ao desconhecido
Apenas pelo imenso prazer de seguir
Sem ser acompanhada, sem vozes em meus ouvidos
Nada podia acompanhar-me, nada podia deter-me
Forças que aumentaram após várias tormentas
Minhas presas já a mostra ao menor toque de perigo
Ouvidos atentos
Mente limpa

Um ser, uma escolha, um caminho

Nada poderia ser melhor
Apenas seguir meus instintos
Curar as feridas sozinha
Sem esperar pela regeneração
A natureza que regia
Esqueci as manobras do coração

Até certo dia
Ouvi um uivo distante
E assim era o mais semelhante
Encontrei-me em outro olhar
Poderia eu cair novamente sem me levantar?
Deveria então arriscar?
Escolha que não pude fazer
Outro ser, que não era outro
Um ser que era eu
Com os mesmos olhos
Com a mesma liberdade
Em outro corpo.


By: Elaine Paulino

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Help


O que mais posso dizer que ainda não foi dito?
Onde mais posso errar que já não tenha errado?
Onde mais posso cair?
Aonde irei me acolher?
Diga-me tempo ingrato

Quando as coisas começam a ficar tristes
Lembranças de um lindo início

Tu sabes o que sinto
Toda agonia que transborda meu ser
Toda minha vontade de renascer
Toda fúria acesa em meu peito

Enxergas minha alma
Através de meus olhos já cansados
Não me poupe da dor
Mas deixe o sangue escorrer por dentro

Dias cobertos de futilidades
Apenas clamei por verdades
Lágrimas libertem-se de seu esconderijo
E provem o que eu exijo

Ainda existe vida por debaixo dos escombros
E ainda existe morte lá fora
Existem os que amam
E vivem os que despedaçam

Eu tenho sonhos
E ultimamente tu estás neles
Quando apavorada grito por seu nome
E me abraças bem forte

Esqueço meus medos
Esqueço os erros

Vivo como animal enjaulado
Gritando por socorro
Quem sabe em qualquer aurora venhas me socorrer
Quem sabe no entardecer do dia
Ou nas frias noites que me inundam de melancolia


By: Elaine Paulino

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Hoje não quero escrever poesia, não quero filosofar, não quero falar por códigos, não quero simbolizar.
Talvez seja fácil ser clara, nítida, racional, ou talvez para mim não tenha mais jeito, talvez seja loucura tentar. Mas se eu não tentar como vou saber? Nada de desistir! Foi o que eu aprendi. Está difícil? Não volte atrás, vá até o fim. Só no final saberás se valeu a pena, só no final poderás colher os frutos tão esperados, só no final chegará a conclusão, só no final saberá quem se tornou.
Hoje não quero títulos, não quero fotos, não quero dar nomes a sentimentos, nem dizer com que elemento da natureza eles assemelham-se.
Sim, foi uma noite mal dormida, daquelas que você se revira na cama até por fim levantar-se. Então fiz o mais óbvio, liguei a TV e esperei, pra que o sono chegasse ou para que talvez, sei lá, um raio me atingisse, nunca sei ao certo o que quero, sei que quero algo grande, e algo simples.
Eu sabia que não conseguiria ser assim tão clara, olha o que acabei de dizer “sei que quero algo grande, e algo simples”. Sou mesmo contraditória, extremista, diria até confusa. Sim, muito confusa por sinal.
O mais estranho é que em minha confusão me encontro. Quem mais poderia me organizar? Quem mais poderia dizer que tenho que escolher entre um extremo e outro?
Entre o frio e o calor, escolho o frio. Mas e entre o simples e o complexo? O complexo também não se torna simples para quem entende sua mais sublime mensagem? Não facilita o modo de compreensão? Então não posso escolher.
Eu sou os extremos, isso mesmo, sou a mais doce e a mais amarga, sou o rock n’ roll e a música clássica.
Deixando de lado o “blábláblá” e voltando para meu desabafo “claro”, pois é, era pra ser um desabafo, pelo menos não desisti de tentar fazer-me clara, quem sabe alguém não me encontre em meio a confusão.
Quando acordei a agonia não tinha desaparecido, ela só apertava mais meu peito.
Existem vários motivos para uma pessoa não conseguir dormir, não entendo realmente como geralmente durmo com tantas coisas rondando minha mente. Essa noite as preocupações tinham nomes. Vou figurar esses nomes aqui: Amor, Amizade e Emprego.
Disse coisas para a Amizade, que me fizeram refletir, eu não disse só a ela, aquelas palavras também tinham meu número, era como se falasse de frente ao espelho. Pedi, torci, para que a Amizade entendesse, que não posso ser omissa, que não posso faltar com a verdade, com minhas opiniões, não posso calar-me sempre, e se é preciso ferir para curar, que seja.
Já o Amor, está presente em minha vida, não sai dos meus pensamentos, sim sou boba, ainda sonho, ainda desejo, e almejo por um abraço dele. Não é fácil dormir com aquelas palavras tão perfeitas a soar, nem com aquele rosto tão familiar.
O Emprego, sim esse estava a me apavorar, ser avaliada, ser aprovada, desaprovada. Imprevistos me encontraram, e com tudo tive que lidar.
Ao chegar em casa finalmente pensei ter descanso, quando ainda me sondam sobre uma possível mudança.
Não vêem que me atormentam? Não percebem que talvez aqui seja meu lugar?
Em minhas mãos não se encontra a solução pra todos os problemas, talvez eu tenha mais problemas do que possam imaginar, enquanto tento ser livre e insistem em me aprisionar.
Por isso resolvi de forma clara tentar desabafar, eu precisava correr, meus pensamentos precisavam voar, minha mente precisava se organizar. Sim, eu estou aqui pra gritar, mais uma vez, dizer que dias e dias e dias, eles passam, eles voam, eles correm. Só não voam mais alto que eu, nem correm tão livres, pois mesmo nos dias conturbados encontro a paz para respirar, um minuto apenas, me dêem um minuto só, eu vivo, eu renasço, eu encontro paz, em mim, sim, acredite na paz de dentro, um encontro de sua alma e sua mente. Talvez um dia alguém invente, e assim mais uma vez eu tente, expressar tão claro. Direi sobre meus desabafos, direi sobre a paz, a liberdade, direi sobre a solidão, direi sobre a vida, direi sobre mim.



By: Elaine Paulino

domingo, 4 de abril de 2010

A Paz que inunda


Eu o vi surgindo
Veio de tão longe
E eu pude senti-lo

A brisa que tocava seus cabelos
O sol que iluminava seu olhar
Instinto livre
Alma completa

Senti tanta paz
Finalmente pude fechar os olhos e me entregar
Já não havia medo, não havia dor
Eu já não sabia que hora os ponteiros do relógio acusavam

Eu somente senti
Eu apenas olhei
Não precisei dizer
Não precisei fingir

Não podia ser tão real
Não podia existir algo assim
Ilusões de minha mente fértil?
Reflexo do que eu sonhei?

A paz só me inundava mais
Como um rio correndo dentro de mim
E eu apenas deixei, eu não lutei

Qual a verdade agora?
Onde está o engano?
Onde a ilusão mistura-se com a realidade
Os sonhos transformam-se em verdade
A vida revela sua magia

Olhei para o horizonte
Soube que a tormenta já havia passado
Meus pensamentos novamente organizados
Ou totalmente embaralhados

Quanto mais me acho, mais me perco
Acordo pra um novo dia
Onde não há o que temer
Deixo a tristeza escorrer
Por debaixo da porta ela se vai
Com cicatrizes do passado que não terei mais de cuidar
Hoje sei onde me encontrar, me revelar, me deixar amar


By: Elaine Paulino